quarta-feira, 15 de julho de 2009

Não é óbvio que nem sempre o óbvio ta na cara?

Por Mariana Aguiar

Como cheguei a esta brilhante e inédita conclusão? Da maneira mais óbvia! Eu tenho muitos amigos que fazem odontologia e todos eles têm uma visão mágica da comunicação. Canso de ouvir “Não sei o que eu to fazendo em odonto! Deveria ter feito jornalismo” “Quem foi que colocou na minha cabeça que eu tenho vocação pra área da saúde?” e “eu seria tão feliz se fizesse comunicação”. Não sei o que fez eles pensarem assim, mas desconfio que foi a soma de plantões e aulas de anatomia + a minha empolgação com comunicação. O fato é, a gente vive falando de comunicação e, um dia desses, surgiu a pergunta:

“Ué, mas o fulano faz comunicação e é repórter?”. Pensei: é, não é óbvio?

Não, não era!

Por que alguém tem que intuir algo que não é da sua área? Daí comecei a pensar em muitas coisas. Quando nós RP’s fazemos cartazes e material de divulgação, somos tentados a privilegiar layouts e identidades visuais em detrimento de informações. Muitas vezes retiramos o que nos parece óbvio e temos problemas com isso mais tarde.

Exemplo? Sim, eu tenho um! Mês passado organizei uma oficina na Uerj com uma galera da ECO-UFRJ, no espaço do cartaz dedicado ao local estava lá: RAV 102 (uma sala na Uerj). Pra mim ficava bem claro que o evento aconteceria onde? Na Uerj! No entanto recebi vários e-mails com dúvidas em relação a isso. O que aconteceu foi: como o cartaz citava a UFRJ, algumas pessoas imaginaram que lá poderia ter uma “Rav 102” também, por que não?

Logo após o evento surgiu a dúvida desse meu amigo e depois outras tantas por causa da Macacos. Eu sei que parece coisa de livro de auto-ajuda, mas é realmente muito importante se colocar no lugar do outro. Nesses casos, se colocar no lugar do seu público. Se você visse o seu cartaz, se interessaria por ele? Teria dúvidas? O que pode ser óbvio pra você nem sempre será para o seu público!

Um comentário:

  1. Muito pertinente este Blog! Pensar em Comunicação Social de forma restrita é muito normal. Mas como profissionais da área não podemos deixar que isso aconteça. Precisamos valorizar as técnicas da nossa profissão e tirar do senso comum a noção equivocada de "fazer comunicação = ser repórter".

    Teremos muito trabalho pela frente... Mas tenho certeza que este blog será muito mivimentado pelos profissionais e estudantes de Relações Públicas.

    Parabéns!

    ResponderExcluir

Obrigada por comentar no blog RP faz o quê?